Avaliação ecocardiográfica e clínica do impacto da substituição da válvula aórtica por via percutânea
Código: SS-305
- Data: 15/10/2024 00:00:00
Resumo:
A implantação de válvula aórtica percutânea (TAVI), veio revolucionar o tratamento da estenose aórtica grave em indivíduos com elevado risco cirúrgico, sendo o ecocardiograma crucial na avaliação pré-TAVI e no follow-up.
Pretendeu-se com este estudo, avaliar e comparar a classe funcional de insuficiência cardíaca e os parâmetros ecocardiográficos pré-TAVI e no follow-up.
Realizou-se um estudo retrospetivo, descritivo/comparativo em indivíduos que implantaram TAVI. Todos foram submetidos a estudo ecocardiográfico completo pré-TAVI, no dia do procedimento, aos 6 e 12 meses de follow-up.
Num total de 110 indivíduos (81 ± 8 anos, 70% em classe III/IV de insuficiência cardíaca), o procedimento foi bem-sucedido em 92% dos pacientes. Na análise comparativa pré-TAVI e no dia do procedimento, as variáveis velocidade máxima, gradiente máximo e o gradiente médio aórtico/transprotésico (4,4 ± 0,5 vs 2 ± 0,44; 82 ± 19,9 vs 17,9 ± 7,9; 49 ± 12,9 vs 9,8 ± 5,4 mmHg, respetivamente, p<0,001), encontravam-se significativamente diminuídas. Na análise comparativa entre o dia do procedimento e 6 meses de follow-up, observou-se uma diminuição significativa na massa ventricular esquerda indexada (150,7 ± 38 vs 132 ± 36 g/m2, p = 0,003). As complicações mais frequentes foram as perturbações de condução, que implicaram implantação de pacemaker (16%). Aos 12 meses de follow-up não se observaram diferenças significativas na gravidade dos leaks protésicos e apenas 32% dos indivíduos mantinham classe funcional de insuficiência cardíaca III/IV.
A TAVI resultou em melhoria nos resultados hemodinâmicos e clínicos. Esta técnica é promissora, especialmente para aqueles não elegíveis para a cirurgia cardíaca convencional.