Na DPOC ocorrem modificações inflamatórias e estruturais que afetam as vias aéreas periféricas, promovendo um comprometimento da permeabilidade das mesmas, contribuindo para o desenvolvimento de limitação do débito aéreo. O objetivo desta revisão de literatura foi caracterizar a importância do estudo da disfunção das vias aéreas periféricas em doentes com DPOC. Ao longo da árvore traqueobrônquica o diâmetro interno das vias aéreas e a cartilagem vão diminuindo consideravelmente, facilitando o surgimento de disfunção neste local. Podem surgir modificações fisiopatológicas nesta região não detetáveis através das técnicas/parâmetros funcionais respiratórios habitualmente valorizados na DPOC. A determinação de disfunção das vias aéreas periféricas é considerada um desafio já que existem fatores limitantes relativos à acessibilidade, calibre e localização das mesmas. Existem técnicas que permitem aceder à função das vias aéreas distais, porém os parâmetros que denunciam a presença de disfunção não são muitas vezes valorizados neste contexto. Para a avaliação das vias aéreas periféricas, além do conhecimento de quais os parâmetros que permitem aceder a esta região do pulmão é fundamental a definição dos critérios que possibilitem identificar uma possível disfunção das mesmas, tais como: FEF25-75% <65% ou FEF25-75% <60%, FEF50% <50% da FVC, RV>100%, RV/TLC>35% ou RV/TLC=40%, Raw>0,380 KPa/l/s e R5-R20=0,075 KPa/L/s. Na DPOC a identificação de disfunção das vias aéreas periféricas é fundamental para uma intervenção precoce na doença e para tal a valorização de parâmetros funcionais respiratórios não usualmente considerados neste contexto representam uma mais-valia.