Na asma a inflamação e o remodeling ocorrem nas vias aéreas centrais e vias aéreas periféricas. O objetivo da presente revisão de literatura foi evidenciar a importância do estudo da disfunção das vias aéreas periféricas em indivíduos asmáticos. A disfunção das vias aéreas distais em asmáticos é causada por infiltração celular das paredes bronquiolares, alvéolos e espaços perivasculares, hiperplasia das células caliciformes do epitélio, acumulação de muco, aglomerado de células inflamatórias que obstruem o lúmen das vias aéreas, espessamento do músculo liso e remodeling da submucosa, aspetos que condicionam a oclusão prematura das vias aéreas promovendo limitação do débito aéreo. As vias aéreas periféricas são o local predominante de limitação ao débito aéreo em indivíduos asmáticos. Modificações nesta região do pulmão ocorrem não só em repouso, mas também no esforço o que pode contribuir para os sintomas experienciados pelos doentes com broncoconstrição induzida pelo exercício. A literatura sugere a valorização dos parâmetros FEF´s obtidos por espirometria, relação RV/TLC, RV e ITGV resultantes da pletismografia corporal total e diferença R5-R20 e X5, provenientes da oscilometria de impulso para a avaliação de doentes asmáticos, com vista à deteção da presença de disfunção das vias aéreas periféricas. A fisiopatologia da asma envolve as vias aéreas distais, pelo que monitorizar a permeabilidade das mesmas até ao ácino é fundamental. As provas funcionais respiratórias permitem de forma não invasiva aceder a esta região do pulmão, possibilitando a deteção de disfunção das vias aéreas de menor calibre.