Colonização nasal por Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) em doentes e profissionais de saúde de três hospitais de Luanda
Código: SS-170
- Data: 13/10/2016 00:00:00
Resumo:
O Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) é um dos principais agentes patogénicos a nível mundial. Não existem dados sobre a prevalência, susceptibilidade aos antimicrobianos e população clonal de MRSA em Angola. Para colmatar esta lacuna em Junho de 2012, 295 doentes e 199 profissionais de saúde de três hospitais de Luanda foram rastreados quanto à colonização nasal por MRSA. Um total de 117 indivíduos (24%) eram portadores de S. aureus dos quais 68 (58%) eram resistentes à meticilina. A caracterização molecular dos MRSA agrupou a maioria dos isolados (86%) em dois clones principais: Clone A (74%) - PFGE A, spa t105/t311/t11657, ST5-SCCmec IVa - relacionado com o clone Pediátrico internacional; Clone C (12%) - PFGE C, spa t186/t325/t786/t1951/t3869, ST88-IVa - frequentemente descrito no continente africano. Observou-se uma elevada resistência à penicilina, cefoxitina, rifampicina e trimetoprim-sulfametoxazol, assim como uma elevada prevalência dos determinantes de virulência leucocidina DE e ?-hemolisina variante. Foram identificados vários casos de transmissão cruzada de MRSA em dois hospitais.
A colonização nasal por MRSA em Luanda é muito elevada, e o clone mais frequente pertence a uma linhagem epidémica internacional até agora raramente detectada em África. Adicionalmente, a elevada resistência a vários antibióticos e a identificação de transmissão cruzada de MRSA requerem a implementação de medidas de controlo de infeção adicionais nestes hospitais angolanos.
Teresa Conceição
LGM/ITQB
Isabel Santos Silva
ESSCVP
Hermínia de Lencastre
LGM/ITQB; RU
Marta Aires de Sousa
ESSCVP