Monitorização da síndrome de apneia obstrutiva do sono por pacemaker cardíaco implantável
Código: SS-168
- Data: 12/07/2016 00:00:00
Resumo:
A síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS) tem sido um problema clínico subestimado e que está amplamente associado a morbimortalidade cardiovascular elevada. Durante o período noturno ocorrem bloqueios auriculoventriculares em pacientes com SAOS por consequência dos efeitos autonómicos de apneias recorrentes com a subsequente dessaturação de oxigénio, dando origem a alterações hemodinâmicas cardíacas. A SAOS é identificada como um fator de risco para quase todos os tipos de arritmias, que vão desde bradicardia sinusal assintomática à morte súbita. Entretanto, novos algoritmos têm sido testados para comprovar a sua eficácia na quantificação dos distúrbios respiratórios durante o sono em doentes portadores de pacemaker (PM). Contudo, é necessário um diagnóstico prévio da SAOS e respetivo tratamento que, em muitos dos casos, rapidamente reverte as arritmias cardíacas.
Hoje, os meios de tratamento da apneia do sono são bastante limitados, especialmente desconfortáveis. O método mais eficaz é a utilização de um dispositivo de pressão positiva contínua (Continuous Positive Airway Pressure [CPAP]), que requer uso de uma máscara de ventilação durante a noite para emitir continuamente o ar sob pressão positiva para o paciente. Por outro lado, reconhece-se que muitos dos doentes com SAOS tratados com CPAP não são aderentes pelo facto de a máscara não facilitar o sono tranquilo do doente. Nesse sentido, vários investigadores observaram que o pacing cardíaco pode desempenhar um papel importante no diagnóstico e terapêutica da SAOS, essencialmente na minimização dos sintomas de bradicardia.
Elisângela Candamba
ESSCVP
Nuno Morujo
ESSCVP; Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca