ISSN 2183-4253
 
Análise custo-efetividade da intervenção coronária percutânea diferida versus efetuada com base na avaliação da fração de fluxo de reserva coronária
Código: SS-132      
Resumo:
Introdução: Actualmente a intervenção coronária percutânea (ICP) é o tratamento de eleição da cardiopatia isquémica, com indicação duvidosa em lesões intermédias, recomendando-se a avaliação da fração do fluxo de reserva coronária (FFR). Em Portugal desconhece-se o impacto económico desta intervenção. Objetivo: Realizar, na perspetiva do hospital, uma avaliação de custo-efetividade da recomendação para efetuar ou diferir ICP baseada na medição dos valores de FFR em lesões coronárias intermédias, analisando a ocorrência de eventos cardíacos adversos major (ECAM), particularmente, reintervenção no vaso-alvo (RVA), durante o seguimento de um ano. Métodos: Entre 2008 e 2010 analisaram-se 258 doentes submetidos a coronariografia, com 347 lesões estudadas por FFR. Constituíram-se dois grupos baseados nos valores de FFR em que <0,80 implicou angioplastia (Grupo A) e =0,80 diferiu a intervenção (Grupo B). De 2010 a 2013, foram seguidos 251 doentes pesquisando-se ocorrência de ECAM. Calcularam-se os custos diretos (por doente) relativos à intervenção inicial (procedimento e internamento), e ao seguimento. Resultados: Os custos iniciais foram 4041.47€ para o Grupo A e 2177.65€ para o Grupo B (? 1863.82€). O custo durante o seguimento foi de 361.81€ no Grupo A e 446.35€ no Grupo B (? 84.55€). O custo final foi 4403.12€ no Grupo A e 2624.00€ no Grupo B (? 1779.12€). A ocorrência de ECAM relativamente à taxa de RVA foi 1.6% nos dois grupos. Conclusão: O estudo comprovou que diferir ICP baseada no valor de FFR é custo-efetiva em determinados doentes, não prejudicando os resultados em saúde e evitando custos desnecessários.
Lista de Autores
Vanda Munguambe
Ernesto Pereira
Nuno Raposo