Alterações na oximetria cerebral por fatores com influência na perfusão cerebral
Código: SS-121
- Data: 19/06/2014 00:00:00
Resumo:
Introdução: A utilização de Circulação Extracorporal (CEC) está associada a uma incidência relativamente elevada de lesão neurológica. Tal facto tem levado a um constante progresso dos dispositivos de monitorização da perfusão cerebral, destacando-se a técnica de espectrofotometria próxima dos infravermelhos (NIRS), a qual permite medir, em tempo real, a oximetria cerebral (rSO2). O comportamento da perfusão cerebral no período peri-operatório depende de múltiplos fatores, já identificados e estudados, mas que têm sido pouco explorados em relação ao seu efeito direto nos valores da rSO2 durante a CEC.
Objetivo: Determinar a relação entre a variação dos parâmetros intraoperatórios - Hemoglobina, Hematócrito, Débito Circulatório, Temperatura, Pressão Arterial Média, Pressão arterial de dióxido de carbono (PaCO2) e de oxigénio (PaO2) - e a rSO2 durante procedimentos com recurso a CEC, demonstrado num valor da rSO2 para cada hemisfério cerebral.
Metodologia: Foram analisados 95 doentes, submetidos a CEC, com medição da rSO2 por NIRS. Consideraram-se valorizáveis as descidas de rSO2 superiores a 20% do valor basal, permitindo dividir a amostra em dois grupos: com dessaturação e sem dessaturação. Realizou-se a comparação estatística entre ambos os grupos, aceitando-se um nível de significância de a = 0,05.
Resultados: Demonstraram-se diferenças significativas na PaCO2, Hematócrito e na PaO2 entre o grupo com dessaturação significativa e o grupo sem dessaturação (p < 0,05).
Conclusão: O estudo sugere que a PaCO2, o Hematócrito e a Hemoglobina são os fatores intraoperatórios com maior influência na rSO2 no hemisfério cerebral direito, aplicando-se o mesmo para a PaO2 no hemisfério esquerdo.
Nuno Raposo
ESSCVP; Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Hospital de Santa Cruz, EPE