Caracterização do volume expiratório máximo no 1.º segundo, capacidade de transferência alvéolo-capilar para o monóxido de carbono e pressão parcial de oxigénio no sangue arterial em doentes com DPOC
Código: SS-98
- Data: 16/04/2013 00:00:00
Resumo:
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é caracterizada por uma obstrução brônquica persistente, parcialmente reversível e progressiva, associada a uma resposta inflamatória anómala dos pulmões à inalação de partículas ou gases nocivos.
Segundo o Global Initiative for Obstructive Lung Disease (GOLD), a espirometria é o principal exame realizado no contexto da DPOC, pois a determinação da relação entre o volume expiratório máximo no 1.º segundo e a capacidade vital forçada (FEV1/FVC) pós broncodilatação permite determinar a existência de obstrução das vias aéreas, e a análise do FEV1 % do previsto possibilita a caracterização do grau de gravidade da obstrução brônquica nesta patologia. Para além dos parâmetros espirométricos devem ser avaliadas outras variáveis funcionais respiratórias, nomeadamente a capacidade de transferência alvéolo-capilar para o monóxido de carbono (DLco) e a pressão parcial de oxigénio no sangue arterial (PaO2).
O objetivo do presente artigo de revisão é caracterizar, através da análise da literatura, o FEV1, a DLco e a PaO2 em doentes com DPOC.
Apesar do FEV1 % do previsto ser considerado o gold standard para a caracterização do grau de gravidade da obstrução brônquica, este parâmetro apresenta limitações, pois nem sempre a sua diminuição reflete a presença de DPOC.
De acordo com a literatura, a DLco está geralmente diminuída nestes doentes, traduzindo a presença de enfisema e a PaO2 está geralmente diminuída, sendo que os valores desta decrescem com o aumento do grau de gravidade da obstrução. Estudos demostraram que em indivíduos com DPOC existe uma relação do FEV1 com a DLco e PaO2.
Raquel Barros
ESSCVP, Centro Hospitalar Lisboa Norte - Hospital Pulido Valente