A mudança de paradigma na Medicina e o impacto das Doenças Respiratórias Crónicas
Código: SS-81
- Data: 29/07/2012 00:00:00
Resumo:
A análise das principais causas de mortalidade no mundo (doenças cardiovasculares, cancro, diabetes e doenças respiratórias crónicas) leva-nos a constatar que vivemos numa época que reflete uma mudança de paradigma na Medicina, caracterizada pela transição da era das doenças transmissíveis ou contagiosas, para a era das doenças não transmissíveis ou crónicas. Esta realidade leva-nos a ter que repensar o modelo de oferta de cuidados de saúde à população, primariamente focado na medicina curativa de combate às doenças infeciosas. Com base em indicadores de mortalidade e morbilidade, a 53.ª Assembleia Mundial de Saúde considerou as doenças respiratórias crónicas como uma das quatro principais doenças com necessidade de abordagem prioritária em termos de saúde pública. As doenças respiratórias continuam a ser uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em Portugal, com tendência para o aumento da sua prevalência, ao contrário do que acontece com outras patologias, nomeadamente, as cardiovasculares. Há múltiplos determinantes que justificam o aumento das doenças respiratórias crónicas, contudo, a exposição aos efeitos diretos e indiretos do tabaco é o principal fator de risco a apontar. Assim, a principal estratégia de intervenção dirigida às doenças respiratórias crónicas consiste na vigilância epidemiológica dos fatores de risco associada a uma prevenção primária, secundária e terciária.
Cristina Bárbara
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, Diretora do Serviço de Pneumologia II- Centro Hospitalar de Lisboa Norte