O electrocardiograma na embolia pulmonar
Código: SS-9
- Data: 03/03/2009 00:00:00
Resumo:
Algumas alterações electrocardiográficas podem ser observadas na fase aguda da Embolia Pulmonar (EP). Desde a descrição inicial em 1935, por McGinn e White, do padrão S1Q3T3 em sete doentes com EP, que muitas outras alterações electrocardiográficas têm sido estudadas. Com este estudo pretende-se realizar uma revisão de literatura sobre as manifestações electrocardiográficas relacionadas com a EP.
Da pesquisa realizada na PubMed e na Science Direct e após a aplicação dos critérios de exclusão, resultaram sete artigos respeitando o intervalo temporal estabelecido entre 2002 e 2007.
Os estudos analisados indicam que as alterações electrocardiográficas da EP são normalmente inespecíficas e incluem alterações da onda T, do segmento ST, desvios do eixo, bloqueios de ramo, arritmias, entre outros. O padrão S1Q3T3, apesar de habitualmente considerado específico para a EP, verifica-se apenas numa minoria dos doentes (Alexander, Schlant, Fuster, O’Rourke, Roberts & Sonnenblick, 2000; Richman et al., 2004). Os exames laboratoriais de rotina, como o Electrocardiograma (ECG) e a radiografia do tórax, não diagnosticam a EP, mas são úteis na confirmação ou exclusão de outros diagnósticos. Das muitas manifestações electrocardiográficas associadas à EP, as ondas T invertidas são as mais comuns (Kosuge et al., 2006; Sarin, Elmi & Nassef, 2005; Yoshinaga, Ikeda, Shikuwa, Miyahara, & Kohno, 2003; Wood, 2002).
Os achados electrocardiográficos apresentam baixa sensibilidade e especificidade no diagnóstico da EP. O ECG não diagnostica nem exclui a EP. A sua maior utilidade em doentes com suspeita de EP é o diagnóstico diferencial com outras patologias.
Cátia Ribeiro
Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa, Hospital Fernando Fonseca
Paulo J. Leal
Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa, Hospital Fernando Fonseca
Nuno Raposo
Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa, Hospital de Santa Cruz - CHLO