ISSN 2183-4253
 
O electrocardiograma na embolia pulmonar
Código: SS-9      
Resumo:
Algumas alterações electrocardiográficas podem ser observadas na fase aguda da Embolia Pulmonar (EP). Desde a descrição inicial em 1935, por McGinn e White, do padrão S1Q3T3 em sete doentes com EP, que muitas outras alterações electrocardiográficas têm sido estudadas. Com este estudo pretende-se realizar uma revisão de literatura sobre as manifestações electrocardiográficas relacionadas com a EP. Da pesquisa realizada na PubMed e na Science Direct e após a aplicação dos critérios de exclusão, resultaram sete artigos respeitando o intervalo temporal estabelecido entre 2002 e 2007. Os estudos analisados indicam que as alterações electrocardiográficas da EP são normalmente inespecíficas e incluem alterações da onda T, do segmento ST, desvios do eixo, bloqueios de ramo, arritmias, entre outros. O padrão S1Q3T3, apesar de habitualmente considerado específico para a EP, verifica-se apenas numa minoria dos doentes (Alexander, Schlant, Fuster, O’Rourke, Roberts & Sonnenblick, 2000; Richman et al., 2004). Os exames laboratoriais de rotina, como o Electrocardiograma (ECG) e a radiografia do tórax, não diagnosticam a EP, mas são úteis na confirmação ou exclusão de outros diagnósticos. Das muitas manifestações electrocardiográficas associadas à EP, as ondas T invertidas são as mais comuns (Kosuge et al., 2006; Sarin, Elmi & Nassef, 2005; Yoshinaga, Ikeda, Shikuwa, Miyahara, & Kohno, 2003; Wood, 2002). Os achados electrocardiográficos apresentam baixa sensibilidade e especificidade no diagnóstico da EP. O ECG não diagnostica nem exclui a EP. A sua maior utilidade em doentes com suspeita de EP é o diagnóstico diferencial com outras patologias.
Lista de Autores
Cátia Ribeiro
Paulo J. Leal
Nuno Raposo